Guido Asencio
Os
municípios em sua lógica de serem os governos locais enfrentam constantemente o
desafio de identificar ações estratégicas, que lhes permitam resolver diversas
complexidades, a curto, médio e longo prazo, caracterizadas por cenários
altamente dinâmicos, influenciados por mudanças, em diferentes áreas, como
políticos, sociais, territoriais, administrativos, etc., que se inserem, sem
dúvida, na natureza institucional de um Município.
Passar
pelas diferentes ações que são realizadas na gestão municipal, envolve a
realização de planejamento visando assumir processos de mudança que tenham que
adotar aspectos modernizadores, com senso de originalidade, coletando particularidades
apresentadas emr cada território, evitando, sempre que possível, gerar traços
de outras realidades, sem perder de vista, a importância das tendências
regionais, nacionais ou globais , que pode servir de espelho para a geração de
boas práticas, que fortalecem o governo local.
Enquanto
isso, para ampliar a visão de aprimoramento de um sistema municipal com
melhores armas para enfrentar essa complexidade, é essencial estabelecer uma
gestão baseada na adequada coordenação das redes, capaz de gerar processos de
inclusão, envolvendo atores relevantes, como representantes de instituições,
empresas ou organizações básicas, que tenham impacto direto ou indireto na
construção e modelagem do território , buscando uma visão clara e projetiva em
conjunto, do que deve ser alcançado, do ponto de vista econômico-produtivo e
social, com isso, é possível moldar um capital social, equipado com ferramentas
de viabilização de diferentes pontos de vista.
Para
melhorar os modelos de gestão municipal, é essencial levar em conta os avanços
na descentralização que está sendo feito no Chile, que se inserem no desafio de
levar a sério a reavaliação dos processos de gestão regional, para isso, é
essencial explicar e tornar transparente os níveis de eficiência, em termos de
distribuição de recursos, para a facilitação do acesso aos serviços públicos
básicos à geração de políticas públicas, tão fundamentais quanto, melhoram a
conectividade, tanto nas áreas urbana quanto rural, entre outras ideias que
podem servir como contribuições significativas que ajudam a fazer a diferença
entre um ou outro município.
Para
alcançar o desenvolvimento local harmonioso e equilibrado entre os municípios,
é preciso fazer um trabalho decisivo para reduzir as grandes lacunas entre os municípios
de grande e pequeno porte. Os municípios mais vulneráveis têm a desvantagem de
ter recursos financeiros limitados, o que significa que eles têm menos
possibilidades de desenvolvimento em todas as suas áreas. Um exemplo disso é o
acesso limitado a uma estrutura qualificada de recursos humanos, resultando em
diversos efeitos colaterais, dentro dos quais menos ferramentas podem ser
imaginadas para facilitar as possibilidades de negociação de projetos de
investimento, por isso redes virtuosas de troca de experiências devem ser geradas,
visando a obtenção de entropia positiva, com isso, é possível acessar o
estabelecimento de trocas em termos de acesso à informação e conhecimento entre
os municípios, a isso é preciso acrescentar a criação de parcerias
público-privadas, que gerem efeitos sinérgicos beneficiando todo o ambiente
socioeconômico de um determinado território.
A
dinâmica territorial está constantemente repleta de problemas emergentes,
decorrentes de uma série de demandas cidadãs, que influenciam a gestão e o
financiamento de múltiplos requisitos, que se devem a funções originárias de
diferentes ações executadas por meio do processo decisório, levando em conta a
implementação de políticas públicas, que tenham relação direta com a gestão
municipal e que , muitas vezes, são inevitáveis quando se trata de realizá-los
em um governo local.
Tais
decisões exigem a implementação de planos de contingência, levando em conta as
limitações de estrutura, política e organizacional. Nessa encruzilhada, é
essencial estabelecer mecanismos de interação direta com outros órgãos
públicos, em seus níveis provinciais, regionais e setoriais, garantindo que
respondam com respeito e efetividade às constantes demandas feitas pelos
cidadãos.
Os
municípios, órgãos dotados de autonomia, devem ser capazes de adaptar as
políticas gerais dos governos, considerando as realidades de cada território,
adutor de competências locais que, se valorizadas e influenciadas por sua
própria liderança, tornam-se protagonistas do progresso de suas localidades e
não meros executores de políticas nacionais.
Por
outro lado, sabe-se que as capacidades financeiras dos municípios, em relação à
sua ampla gama de competências, aliadas às demandas exigidas pelos cidadãos,
são limitadas. De acordo com dados da Subdere (2007), os municípios chilenos
possuem 13% dos recursos do governo central, com os quais devem financiar obras
locais, prestar serviços de limpeza e ornamentação, iluminação pública,
manutenção de parques e jardins, planejar e ordenar o território, administrar
educação básica e média, saúde básica, fomentar a cultura, cuidar do meio
ambiente, promover e estimular o desenvolvimento econômico local e fornecer os
recursos humanos necessários para manter as plantas dos funcionários municipais
, entre outras funções derivadas de seu papel como proximidade com os cidadãos.
As
capacidades organizacionais dos Municípios também devem ser equipadas de
ferramentas, atuando como órgãos de canalização e facilitadores do
empreendedorismo local, destacando as características endógenas que os
territórios possuem, agregando um
componente de identidade a cada projeto público e/ou privado que é realizado, bem como articulando com os demais planos de
serviços públicos que possuem em objetivos comuns devem fazer contribuições
reais e concretas de suas diferentes esferas.
Em
suma, o desafio que os municípios têm de propor para enfrentar os desafios do
desenvolvimento social e econômico local, é dado pelo estabelecimento de
mecanismos de gestão de alta complexidade, onde a articulação de todos os
atores envolvidos, o que pode ser uma contribuição, de cada setor representando
os mundos público e privado, é relevante, ou seja, há a necessidade de abrir o
espectro de responsabilidades para um melhor progresso, dando importância ao
efeito sinérgico que a interação entre diferentes organizações chamadas para
construir um melhor desenvolvimento social e econômico pode ter.
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